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vieram, grosso modo, dissertar a
propósito da existência de uma relação causal entre o nível de investimento
publicitário numa campanha eleitoral e os respectivos resultados. Dito de outro
modo, na referida peça noticiosa estabelece-se que, segundo as leis da
publicidade, a mensagem terá maior probabilidade de entrar na mente do público
consoante o nível de vezes que é repetida. O efeito de repetição consegue-se,
por um lado, pela presença da mensagem em múltiplos suportes e, por outro, pelo
tamanho desses suportes (quanto maiores, melhor!). Claro que, quantidade e
dimensão incrementam a exposição e, uma tal visibilidade (geralmente fala-se em
‘contactos’ – o termo técnico usado nos meandros da publicidade para designar o
número de pessoas que é atingido/tocado pela mensagem), acarreta um custo.
Donde, pela leitura do aludido
texto, se pode inferir que, o grau de visibilidade conseguido por uma mensagem
(leia-se: quantidade e proporções do material exposto) está directamente
relacionado com a capacidade do partido político em causa. Por capacidade, deve
entender-se, recursos financeiros, isto é, dinheiro. Dinheiro que,
evidentemente, provém do Orçamento Geral do Estado, ou seja, dos impostos pagos
por todos e cada um de nós. Acresce, ao atrás exposto, o contexto actual de
falência do Estado, do qual têm resultado inúmeros e penosos sacrifícios para
os portugueses.
Voltando ao trabalho jornalístico
em causa, é subliminarmente veiculada uma ideia (reforçada por um, refira-se,
pouco ético comentário colocado entre parêntises) segundo a qual a representatividade
eleitoral do CDS-PP será proporcional ao tamanho dos seus cartazes e, por
conseguinte, à capacidade (económico-financeira) do partido. Há aqui, portanto,
duas alegações que, por assentarem em pressupostos errados, devem ser
corrigidas. Por um lado, a tese da eficácia de uma mensagem depender do volume
de investimento efectuado. Por outro, aquela que confunde o profundo respeito e
critério que o CDS-PP coloca na gestão dos dinheiros, que são afinal de todos,
com o tamanho dos cartazes. Deve, adicionalmente, considerar-se o momento de
extrema dificuldade que Portugal atravessa.
Assim, relativamente à primeira
questão, é sabido que a repetição de uma mensagem não garante necessariamente a
adesão a esta por parte do público. Com efeito, esta é uma tese controversa.
Há, aliás, quem considere que o nível de disseminação de uma mensagem é
susceptível de fazer aumentar, em igual medida, a sua recusa. Na verdade, se
uma mensagem alcança um público maior, e se mais pessoas têm a oportunidade (em
termos teóricos) de compreenderem o seu conteúdo, é legítimo esperar-se,
concomitante e paradoxalmente, que aumente o grau de rejeição desta. Este
fenómeno ocorre, justamente, pelo facto de existir uma maior compreensão das
propostas, o qual surge ancorado, na existência de um público mais vasto. Em
suma: se recebemos uma mensagem e compreendemos o seu sentido, tal não implica
que com ela concordemos. Logo, mais ‘contactos’ podem redundar, afinal, em
menos adeptos.
No tocante ao segundo aspecto
focado, desde há alguns anos, num posicionamento no qual esta Comissão Política
se revê integralmente e sem reservas, a Comissão Política Nacional do CDS-PP,
vem alertando para os montantes excessivos despendidos nas campanhas
eleitorais. É aliás conhecido o intenso esforço que o CDS-PP tem desenvolvido
na Assembleia da República no sentido da diminuição das subvenções estatais
destinadas aos partidos políticos. Foi inclusive amplamente noticiada a decisão
tomada pelo CDS-PP, no quadro das eleições legislativas de 2011, de não recorrer
aos vulgarmente designados ‘outdoors’, precisamente devido ao enorme custo
destes suportes. Em 2013, num contexto de enorme adversidade, no qual as
dificuldades do país e dos cidadãos se mantêm, exige-se responsabilidade, pudor
e rigor dos partidos e respectivos candidatos no uso das subvenções públicas.
Neste sentido, esta Comissão
Política Concelhia do CDS-PP mantém-se fiel ao compromisso assumido pelo Partido
de respeito pelos dinheiros públicos, preocupação que norteará toda a campanha
autárquica em Torres Novas. Os gastos com a próxima campanha eleitoral serão
limitados ao mínimo indispensável para assinalar e apresentar aos torrejanos o
projecto político da equipa do CDS-PP aos órgãos municipais. Serão
privilegiados os suportes digitais na Internet (designadamente o correio
electrónico e os canais Blogger: http://liderar-a-mudanca-2013.blogspot.pt/
e Facebook: https://www.facebook.com/cdspp.torresnovas),
dada a quase inexistência de custos associada a estas ferramentas.
Os torrejanos não terão, por
isso, a oportunidade de se cruzar com ‘outdoors’, mupi’s e suportes análogos
associados ao CDS-PP, visto que o custo unitário destes instrumentos de
comunicação superam todo o orçamento que a CPC de Torres Novas tem disponível
para a realização das acções da campanha das Eleições Autárquicas 2013.
Num momento tão difícil para as
famílias portuguesas, ao qual os torrejanos não serão seguramente alheios, não
é aceitável o desperdício inconsequente dos dinheiros públicos. Os tempos são
de rigor, de contenção, de sacrifícios. O CDS-PP solidariza-se com os
portugueses e, particularmente, com os torrejanos, abstendo-se de acções de
campanha e suportes de comunicação que, no contexto actual se tornam difíceis
de justificar e aceitar. Independentemente do caminho escolhido pelos demais
candidatos poder ser diferente, cumpre-nos respeitar mas, ainda assim, registar
a nossa divergência.
Neste, como noutros aspectos,
propomo-nos Liderar a Mudança!
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