terça-feira, 6 de agosto de 2013

Cartazes da campanha eleitoral mostram respeito desigual pelo dinheiro dos contribuintes


Notícias recentemente publicadas vieram, grosso modo, dissertar a propósito da existência de uma relação causal entre o nível de investimento publicitário numa campanha eleitoral e os respectivos resultados. Dito de outro modo, na referida peça noticiosa estabelece-se que, segundo as leis da publicidade, a mensagem terá maior probabilidade de entrar na mente do público consoante o nível de vezes que é repetida. O efeito de repetição consegue-se, por um lado, pela presença da mensagem em múltiplos suportes e, por outro, pelo tamanho desses suportes (quanto maiores, melhor!). Claro que, quantidade e dimensão incrementam a exposição e, uma tal visibilidade (geralmente fala-se em ‘contactos’ – o termo técnico usado nos meandros da publicidade para designar o número de pessoas que é atingido/tocado pela mensagem), acarreta um custo.

Donde, pela leitura do aludido texto, se pode inferir que, o grau de visibilidade conseguido por uma mensagem (leia-se: quantidade e proporções do material exposto) está directamente relacionado com a capacidade do partido político em causa. Por capacidade, deve entender-se, recursos financeiros, isto é, dinheiro. Dinheiro que, evidentemente, provém do Orçamento Geral do Estado, ou seja, dos impostos pagos por todos e cada um de nós. Acresce, ao atrás exposto, o contexto actual de falência do Estado, do qual têm resultado inúmeros e penosos sacrifícios para os portugueses.

Voltando ao trabalho jornalístico em causa, é subliminarmente veiculada uma ideia (reforçada por um, refira-se, pouco ético comentário colocado entre parêntises) segundo a qual a representatividade eleitoral do CDS-PP será proporcional ao tamanho dos seus cartazes e, por conseguinte, à capacidade (económico-financeira) do partido. Há aqui, portanto, duas alegações que, por assentarem em pressupostos errados, devem ser corrigidas. Por um lado, a tese da eficácia de uma mensagem depender do volume de investimento efectuado. Por outro, aquela que confunde o profundo respeito e critério que o CDS-PP coloca na gestão dos dinheiros, que são afinal de todos, com o tamanho dos cartazes. Deve, adicionalmente, considerar-se o momento de extrema dificuldade que Portugal atravessa.

Assim, relativamente à primeira questão, é sabido que a repetição de uma mensagem não garante necessariamente a adesão a esta por parte do público. Com efeito, esta é uma tese controversa. Há, aliás, quem considere que o nível de disseminação de uma mensagem é susceptível de fazer aumentar, em igual medida, a sua recusa. Na verdade, se uma mensagem alcança um público maior, e se mais pessoas têm a oportunidade (em termos teóricos) de compreenderem o seu conteúdo, é legítimo esperar-se, concomitante e paradoxalmente, que aumente o grau de rejeição desta. Este fenómeno ocorre, justamente, pelo facto de existir uma maior compreensão das propostas, o qual surge ancorado, na existência de um público mais vasto. Em suma: se recebemos uma mensagem e compreendemos o seu sentido, tal não implica que com ela concordemos. Logo, mais ‘contactos’ podem redundar, afinal, em menos adeptos.

No tocante ao segundo aspecto focado, desde há alguns anos, num posicionamento no qual esta Comissão Política se revê integralmente e sem reservas, a Comissão Política Nacional do CDS-PP, vem alertando para os montantes excessivos despendidos nas campanhas eleitorais. É aliás conhecido o intenso esforço que o CDS-PP tem desenvolvido na Assembleia da República no sentido da diminuição das subvenções estatais destinadas aos partidos políticos. Foi inclusive amplamente noticiada a decisão tomada pelo CDS-PP, no quadro das eleições legislativas de 2011, de não recorrer aos vulgarmente designados ‘outdoors’, precisamente devido ao enorme custo destes suportes. Em 2013, num contexto de enorme adversidade, no qual as dificuldades do país e dos cidadãos se mantêm, exige-se responsabilidade, pudor e rigor dos partidos e respectivos candidatos no uso das subvenções públicas.

Neste sentido, esta Comissão Política Concelhia do CDS-PP mantém-se fiel ao compromisso assumido pelo Partido de respeito pelos dinheiros públicos, preocupação que norteará toda a campanha autárquica em Torres Novas. Os gastos com a próxima campanha eleitoral serão limitados ao mínimo indispensável para assinalar e apresentar aos torrejanos o projecto político da equipa do CDS-PP aos órgãos municipais. Serão privilegiados os suportes digitais na Internet (designadamente o correio electrónico e os canais Blogger: http://liderar-a-mudanca-2013.blogspot.pt/ e Facebook: https://www.facebook.com/cdspp.torresnovas), dada a quase inexistência de custos associada a estas ferramentas.

Os torrejanos não terão, por isso, a oportunidade de se cruzar com ‘outdoors’, mupi’s e suportes análogos associados ao CDS-PP, visto que o custo unitário destes instrumentos de comunicação superam todo o orçamento que a CPC de Torres Novas tem disponível para a realização das acções da campanha das Eleições Autárquicas 2013.

Num momento tão difícil para as famílias portuguesas, ao qual os torrejanos não serão seguramente alheios, não é aceitável o desperdício inconsequente dos dinheiros públicos. Os tempos são de rigor, de contenção, de sacrifícios. O CDS-PP solidariza-se com os portugueses e, particularmente, com os torrejanos, abstendo-se de acções de campanha e suportes de comunicação que, no contexto actual se tornam difíceis de justificar e aceitar. Independentemente do caminho escolhido pelos demais candidatos poder ser diferente, cumpre-nos respeitar mas, ainda assim, registar a nossa divergência.

Neste, como noutros aspectos, propomo-nos Liderar a Mudança!

 

Sem comentários:

Enviar um comentário